15.2.07

Sociologists see strong identity, less commitment in young Catholics

WASHINGTON (CNS) -- Young adult Catholics have a strong Catholic identity but do not feel much of a commitment to the institutional church or its moral teachings, two sociologists said Feb. 6 in Washington .

The seemingly paradoxical assessment came from James A. Davidson of Purdue University in West Lafayette , Ind. , and Dean R. Hoge of The Catholic University of America in Washington at a Woodstock Forum on the campus of Georgetown University .

Davidson and Hoge are co-authors with William V. D'Antonio of Catholic University and Mary L. Gautier of the Center for Applied Research in the Apostolate at Georgetown of "American Catholics Today: New Realities of Their Faith and Their Church," to be published in late March by Rowman & Littlefield.

The book analyzes Gallup surveys from 1987, 1993, 1999 and 2005, and finds that Catholics born after 1979, in what the authors call the "millennial generation," have deep differences from previous generations of Catholics -- differences that are unlikely to disappear when they marry and have children.

"There's a disconnect between them and the institutional church," said Davidson . "And when they get older, they are not going to be like the Catholics of previous generations. They are going to be the Catholics they are now."

Hoge said the disconnect might be exacerbated by the fact that the young diocesan priests who will serve the millennial generation are moving in the opposite direction, becoming more strict about some church teachings and more likely to adhere to the "cultic" model of priesthood as a man set apart than to the "servant-leader model" favored by the majority of older priests.

For example, while 94 percent of priests 35 or younger said they believe ordination confers "a permanent character making (the priest) essentially different from the laity," only 70 percent of priests ages 56-65 said that. Asked whether the church "needs to move faster in empowering laypeople in ministry," 86 percent of the priests ages 56-65 and 54 percent of the youngest priests agreed.

For the purposes of their book, the sociologists divided the entire adult Catholic population into four groups -- pre-Second Vatican Council, those over 65, who make up about 17 percent of U.S. Catholics; the Vatican II generation, ages 45-64, 35 percent; the post-Vatican II generation, ages 27-44, 40 percent; and the millennials, ages 18-26, 9 percent.

On abortion, 58 percent of the pre-Vatican II generation said abortion was a core Catholic teaching, but only 7 percent of the millennials did. Sixty-nine percent of the oldest group said homosexual behavior is always wrong, while only 37 percent of the young adult Catholics agreed.

On the question of premarital sex, there was a sharp drop in those who believe it is "always wrong" from the pre-Vatican II generation (62 percent) to the Vatican II generation (26 percent). The figure was only slightly lower for the post-Vatican II generation (22 percent) and the millennial generation (21 percent).

Referring to the forum's theme, "Young Adult Catholics: Believing, Belonging and Serving," Davidson said, "Belonging is not a problem; they feel comfortable calling the church home. And I don't think serving is a problem. It's the believing that's the problem."

Young adult Catholics see the church as having "no credibility, no plausibility, no authority," he added. "They practice their faith by caring for other people."

Responding to the sociologists' talks, two women who work with young Catholics found signs of hope for the church in the next generation.

Catherine Heinhold , a campus minister and director of the Catholic retreat program at Georgetown , said many students believe "it is more important to serve the poor than to go to Mass" but they also feel "a very real, deep desire to grow in their faith and spirituality."

"They respond well to outreach," she said, "and they are really hungry for God."

Sister Mary Carroll Kemp , a member of the Sisters of the Holy Names of Jesus and Mary who is a ninth-grade religion teacher at Gonzaga College High School in Washington , said that although community service and retreat programs at the Jesuit-run school are not obligatory, "everyone wants to do them."

But she said the most important element of the service programs and retreats is the time spent in faith-sharing and reflection each day, "talking the talk about Jesus , the Gospel and God."

Nancy Frazier O'Brien

www.catholicsforchoice.org

[enviado por Jorge Mayer]

8.2.07

Entre eles não havia indigentes!

1.A pobreza e a exclusão não são uma fatalidade. Quando os Actos dos Apóstolos falam de uma comunidade de voluntários “sem indigentes”, não pretendem elaborar uma teoria social. Os meios de comunicação social e seus comentadores andaram atarefados a preparar um discurso, ao Presidente da República, que desse um puxão de orelhas aos parlamentares, que carregasse bem as tintas nos avisos do Banco de Portugal, do FMI e da OCDE, para reforçar as oposições ao Governo. Cavaco Silva, sem nomear os factores que tornam o grupo dos ricos tão rico e o dos pobres tão pobre, limitou-se a olhar para o nosso país, fortemente marcado pelo dualismo do seu desenvolvimento, com persistentes e profundas desigualdades sociais.
Se decepcionou algumas expectativas políticas, também ficou muito aquém – e compreende-se – das exigências de inclusão inscritas nos Actos dos Apóstolos: “A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma. Ninguém considerava seu o que possuía, mas tudo era comum entre eles. Com muito vigor, os apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus. E todos eles tinham grande aceitação. Não havia entre eles indigentes algum, porquanto os que possuíam terras ou casas vendiam-nas, traziam o dinheiro e colocavam-no aos pés dos apóstolos; e distribuía-se a cada um segundo a sua necessidade” (Act 4, 32-35).
Esta insistência na distribuição talvez não seja tão louca como a sua aparente ingenuidade pode sugerir. De qualquer modo, não era uma imposição à sociedade nem sequer aos membros da Igreja, ao contrário do que acontecia na comunidade, algo fundamentalista, de Qumrân. Era o resultado de conversões e opções pessoais. Reflecte, no entanto, a conhecida política distributiva de S. Lucas e apresentada como expressa vontade de Cristo: “Vendei os vossos bens e dai esmola. Fazei bolsas que não fiquem velhas, um tesouro inesgotável nos céus, onde o ladrão não chega nem a traça rói” (Lc 12, 33).
Perante certo homem de posição que desejava ir mais longe que os mandamentos, Jesus foi peremptório: “Uma coisa ainda te falta. Vende tudo o que tens, distribui aos pobres e terás um tesouro nos céus; depois vem e segue-me.”
Segundo o texto, ouvindo isto, o homem ficou cheio de tristeza, pois era muito rico, e Jesus exclamou: “Como é difícil aos que têm riquezas penetrar no Reino de Deus! Com efeito é mais fácil um camelo [corda que segura os barcos] entrar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus!”
Os ouvintes – que desejavam ser ricos como toda a gente – perguntaram: “Mas, então, quem poderá salvar-se?” Jesus não fechou a porta: “As coisas impossíveis aos homens são possíveis a Deus” (Lc 18, 18-30).
Estamos, pois, em plena ordem teológica, espaço da liberdade e da utopia, e bem longe de um contrato meramente social. Cristo, retomando o Deuteronómio, tinha repetido que nunca faltarão pobres na terra para quem quiser ser generoso, mas a sua vontade é a de que não haja mesmo pobres, uns à mesa e outros à porta (Dt 15; Lc 16, 19-31).
2. Segundo Adam Smith, são escusadas as preocupações – religiosas ou laicas – com a inclusão social. Enunciou a sua famosa lei, em 1776: “Ninguém se propõe, em geral, promover o interesse público, nem sabe até que ponto o promove. Só pensa no seu próprio lucro, mas é conduzido por uma mão invisível a promover um fim que não entrava nas suas intenções. Ao procurar o seu próprio interesse, promove o da sociedade de uma maneira mais efectiva do que se este entrasse nos seus desígnios.”
Se isto fosse inteiramente verdade, bastaria garantir a livre concorrência e o bem comum da humanidade estava, automaticamente, assegurado. A fé neste dogma económico tem adeptos, mas não convence toda a gente. A discussão sobre modelos económicos e sociais é inevitável. Está na moda denegrir o modelo social europeu.
Para Jefrey D. Sachs, catedrático de Economia e director do Earth Institute da Universidade de Columbia, “se o mundo passasse mais tempo a analisar o que é que verdadeiramente funciona e o que não funciona, não fariam falta tantas discussões sobre economia. Debate-se, quase por toda a parte, como combinar as forças do mercado e a segurança social. A esquerda pede uma ampliação da protecção social; a direita diz que, ao fazê-lo, está a debilitar o crescimento económico e a aumentar os défices orçamentais. Mas podemos fazer com que o debate avance, examinando os bons resultados económicos da Dinamarca, Finlândia, Islândia, Holanda, Noruega e Suécia.
Embora nenhuma experiência regional seja directamente transferível, os países nórdicos souberam combinar a assistência social com níveis elevados de rendimento, um crescimento económico sólido e a estabilidade macroeconómica. Alcançaram também uma alta qualidade de governo. Existem, certamente, diferenças entre os países nórdicos, com uma despesa social superior na Dinamarca, Holanda, Noruega e Suécia e um pouco mais baixa na Finlândia e Islândia. Não obstante, enquanto os impostos nacionais nos EUA rondam os 20 por cento do PIB, nos países nórdicos a proporção é superior a 30 por cento. A fiscalidade elevada mantém, à escala nacional, a saúde, a educação, as pensões e outros serviços sociais, dando como resultado níveis baixos de pobreza e uma diferença de rendimento relativamente baixa entre as unidades familiares mais ricas e as mais pobres”.
O artigo continua as comparações, em pormenor, com vantagens sociais para os países nórdicos. O que me importa ressaltar é só isto: a pobreza e a exclusão não são uma fatalidade. Quando os Actos dos Apóstolos falam de uma comunidade de voluntários “sem indigentes”, não pretendem elaborar uma teoria social. Constroem uma incisiva parábola que devia fermentar a imaginação económica e financeira em função de um mundo solidário.
A esperança, como virtude, é para as causas difíceis.

Frei Bento Domingues, O.P. (in edição online do jornal Público)

[enviado por Jorge Mayer]

sobre o aborto

Envio este e-mail porque me preocupa a ignorância que reina neste pais no
que toca ao aborto. Tenho todo do prazer em discutir civilizadamente com que
tiver ideias contra as minhas, mas assusta-me que alguém vá votar no dia 11
com base no que "toda a gente sabe", toda a gente sabendo que senso comum e
bom senso não são sinónimos.

Para começar uma correcção: a chamada interrupção voluntária da gravidez
*não
e uma interrupção mas sim uma terminação*, assim como o roubo não a
interrupção voluntária da posse de um bem de outrem.

Não são "muitas pessoas" que definem o embrião e mesmo óvulo como vida. A
classe científica tem isso como dado adquirido desde o século XIX. Desde a
fecundação que o óvulo e um ser totalmente diferente da mãe e que, se lhe
forem dadas as condições certas, crescera e passara pelos estágios de
crescimento: 1 semana, 5 semanas, 10 semana (em que já se detectam ondas
cerebrais, o coração já bate, o feto sente dor - e muita segundo as ultimas
investigações, pois ainda não formou o sistema inibidor da dor - e todos os
sistemas se encontram operacionais excepto o respiratório).

O que esta em discussão neste referendo não é se as mulheres tem o direito,
em determinadas situações, de sobreporem a sua vida a outra, ou mesmo se uma
mulher deve ser presa por ter realizado o aborto. Ate hoje menos de 40
pessoas (mulheres – diferente de vitimas de aborto! As vitimas de aborto são
os seus filhos! - médicas, enfermeiras, parteiras) foram acusadas de crime
de aborto nos últimos anos, e as mulheres ou foram absolvidas ou tiveram
pena suspensa, nenhuma esteve realmente presa. O que está em discussão é se
a mulher tem o direito de, até as 10 semanas, terminar a vida de outrem sem
terem de dar justificações, nem mesmo ao pai da criança! Não é o que esta na
pergunta, mas sim o que esta no projecto-lei que vai ser aprovado se o sim
ganhar.

Para terminar gostaria apenas de referir que o aborto clandestino não vai
diminuir com a liberalização do aborto. Esta provado na maioria dos países
que liberalizaram o aborto. Liberalizar o aborto vai dar muito dinheirinho a
clínicas privadas espanholas especializadas em aborto, à custa dos nossos
impostos e da miséria alheia. Miséria de mulheres obrigadas a fazer aborto
pelos namorados, maridos, pai a patrões porque até é legal!

Só mais uma coisinha, será que alguém me pode esclarecer porque é que o
dinheiro que o senhor ministro da saúde descantou para financias os abortos
não foi encaminhado para ajudar as associações de apoio a vida que surgiram
após o referendo de 98, que já salvaram milhares de vidas sendo que algumas
não viram um tostão do estado?

Se acha que o que digo é uma enxurrada de mentiras, então dê-me dados sérios
e credíveis para refutar as minhas afirmações que eu apresento-lhe os dados
sérios que sustentam cada uma. Fico ansiosamente a espera de respostas.

Inês Urbano

7.2.07

1

Um caso de contraditórios verdadeiros. Deus existe, Deus não existe. Onde está o problema? Estou perfeitamente segura de que existe um Deus, no sentido em que estou perfeitamente segura de que o meu amor não é ilusório. Estou perfeitamente segura que não existe Deus, no sentido em que estou perfeitamente segura de que nada de real se parece com aquilo que posso conceber quando pronuncio esse nome. Mas o que não posso conceber não é uma ilusão.

Simone Weil, A Gravidade e a Graça, p.115, edição Relógio D'Água